domingo, 28 de abril de 2013

Conflitos de Gerações

Estabelecer um convívio harmonioso entre as gerações baby boomers, X e Y, de modo que haja um efeito sinérgico, têm sido o grande desafio da liderança. Diante desta sopa de letras, a apresentação de um bom currículo, fluência em língua estrangeira, experiência ou intercâmbio internacional e pós-graduação, já não fazem tanto a diferença no competitivo mercado de trabalho. As organizações compreenderam que com a chegada da geração y, houve a necessidade de mudar as exigências curriculares a fim de permitir que o processo seletivo considerasse a análise da inteligência emocional. Esta mudança de prioridade, fez com que o foco fosse canalizado não no currículo, mas sim no modo como ela se comportará perante a cultura e os valores da organização. A compreensão do nível deste alinhamento permite entender a personalidade, habilidade, versatilidade e a capacidade deste indivíduo perante uma equipe de trabalho.  É muito mais fácil prover treinamento e competência para uma pessoa, do que fazer com que ela enxergue a necessidade de mudar seu caráter, atitude, índole ou comportamento. Além de conhecer profundamente a cultura da organização, a liderança necessita mostrar especialmente a nova geração que mesmo em áreas pequenas é possível crescer e ganhar visibilidade, desde que tenham dedicação, disciplina e paixão por aquilo que fazem ou se propõe a fazer. Deixar claro e evidente que a experiência dos profissionais mais antigos é uma fonte gratuita e importante de conhecimento e que ninguém consegue executar uma atividade sem depender de outras pessoas, sendo fundamental o exercício do trabalho em equipe. Finalmente, o líder necessita demonstrar que eles estão apenas no primeiro passo de uma carreira que somente será promissora se colocar os pés no chão e aprenderem a lidar com frustrações. Como tudo tem seu tempo, o líder não deve impor mudanças, deve começar por sugerir. Deixar claro os deveres, obrigações, as jornadas de trabalho e a pressão por resultados.

A Motivação Humana

Ao recebermos um estímulo, ele é selecionado pela percepção de cada indivíduo mediante suas necessidades, criando um estado de tensão ou ansiedade, cuja carência faz surgir um comportamento de busca pela satisfação. As necessidades podem ser atendidas de forma total, parcial ou substituta, assim isto dependerá do nível de restrição que é imposto, seja ela social, econômica, educacional e fisiológica. Portanto, o comportamento das pessoas é fruto de necessidades e restrições. Neste contexto, devemos entender a percepção de cada um, pois a interpretação do estímulo é um processo individual. Assim, poder-se-á transmitir o estímulo correto, obtendo das pessoas o comportamento desejado. O grande desafio é estimular a motivação, ou seja, qual o estímulo a ser gerado para satisfazer as necessidades do líder ou qual o estímulo a ser gerado para que as pessoas façam aquilo que o líder deseja? É muito importante estudar de forma abrangente as necessidades humanas, pois elas se constituem em uma grande força motivadora. Elas estão divididas em necessidades fisiológicas e biológicas (saciar a fome, a sede, o sono, urinar e defecar), necessidades de segurança (alimentar-se adequadamente, buscar estabilidade no trabalho e sexo afetivo), necessidade social (convivência em grupo) necessidade de reconhecimento (buscar status, moradia e alimentação requintada) e necessidade de auto realização (buscar desafios mais pelo prazer e menos pelo dinheiro), a qual está intimamente relacionada aos valores éticos, morais e religiosos. Quem se dirige ao trabalho apenas para buscar atender suas necessidades fisiológicas, tais como vestimenta, comida, bebida, moradia, está tentando garantir a sobrevivência, reduzindo ainda mais as suas necessidades humanas, muito bem descritas por Maslow. Dentro deste conceito ele acaba ignorando inclusive as necessidades de segurança, social, estima e auto realização. Porém, na maior parte do tempo as pessoas estão entre a segurança e o reconhecimento, que é justamente onde as empresas procuram atuar. A auto realização, não se atende pelos motivadores materiais e psicológicos, os quais estão relacionados principalmente as necessidades fisiológicas e de segurança.

Comportamento de Líder

Todo profissional de boa formação que pretende ocupar um cargo estratégico necessitará do apoio da equipe para atingir os objetivos e metas estabelecidos, visando à sustentabilidade do negócio, pois é impossível alcançar resultados factíveis sem uma equipe completamente coesa e alinhada com a hierarquia, disciplina e princípios da organização. Para que o líder alcance um sucesso duradouro e verdadeiro, ele deve começar desde cedo a ser um bom negociador, imparcial, respeitador de prazos, cumpridor de horários, cordial ao telefone, participativo e pronto a atender as informações e preparado para dar o apoio necessário ao seu superior, pares e subordinados, não os ignorando, sendo atencioso e solícito. Não colocar a faca no pescoço ou não colocar as pessoas contra a parede, sendo ponderado, pensando duas vezes e respirando fundo antes de tomar qualquer atitude. Deixar todos se manifestarem abertamente e ouvir com atenção mesmo que o caminho da discussão não lhe agrade, pois isto lhe dará tempo de pensar com calma e explanar a opinião sem que ela seja conduzida para o campo pessoal ou intempestivo, evitando uma decisão precipitada e equivocada. Não confrontar, não armar o espírito, mesmo que outras pessoas o façam. Demonstrar para todos que é uma pessoa equilibrada, merecedora do poder que lhe foi concedido, porque um dia quando estiver no comando de uma equipe madura e experiente, você não gostará de passar por situações vexatórias, sendo todo tempo colocado à prova ou em cheque quanto a tua autoridade. E se isto acontecer sentir-se-á irritado, decepcionado, incapaz, inoperante e desanimado. Se o seu comportamento anterior não foi condizente com as exigências atuais do seu cargo, o líder terá poder de direito, mas não terá o poder de fato conquistado perante a equipe, para exigir dela um comportamento respeitoso e adequado. Neste caso o seu dilema aumentará colocando-o diante da seguinte situação: se fizer vistas grossas e ignorar atos como estes desde a primeira ocorrência, a sua equipe pensará que ele trata as pessoas de acordo com as suas conveniências, sendo parcial e passivo ou que não possui capacidade ou moral suficiente para tomar uma atitude firme contra aqueles que não respeitam a hierarquia. Por outro lado, mesmo que atue de forma autocrática para corrigir os desvios, certamente comentarão entre si, que ele não tem o direito ou não deveria cobrar este tipo de comportamento, pois quando estava no mesmo nível hierárquico agia de forma semelhante ou muitas vezes pior. Portanto, o líder deve sempre respeitar todas as pessoas independentemente do nível em que estejam, pois em qualquer organização são admitidas dificuldades, fraquezas e deficiências, mas não a falta de respeito e comprometimento com a hierarquia e a disciplina. Respeito mútuo deve ocorrer em todos os níveis, sendo que o exemplo deve partir principalmente da liderança.

Sustentabilidade Social, Econômica e Ambiental

A perpetuação de uma organização está intimamente atrelada a práticas corporativas que respeitem os preceitos e princípios sociais, econômicos e ambientais. Isto implica em identificar e planejar ações para mitigar os aspectos e impactos e os perigos e riscos, para alcançar e manter o desempenho apropriado, bem como promover as mudanças e adequações necessárias e contínuas, garantindo uma empresa plenamente responsável. Dentro deste conceito, o meio ambiente, a sociedade, o governo, os clientes e os próprios colaboradores, são definitivamente partes interessadas no negócio. Nesta cadeia ou teia de relações e interfaces, repleta de necessidades e expectativas, as pessoas passam a ser o centro do negócio, uma vez que esse preceito visa garantir a necessidade dos presentes, sem comprometer as gerações futuras. Neste universo equilibrado, as condutas, os valores virtuosos e não virtuosos precedem as normas e procedimentos estabelecidos que por outro ângulo mantem o sistema padronizado, evitando vulnerabilidade a desvios e privilégios. Assim, os maiores riscos são os seus líderes e consequentemente, suas decisões sobre os objetivos, metas e indicadores de desempenho. Nesta ótica, o verdadeiro desafio das organizações é encontrar o perfeito equilíbrio entre a liderança, a técnica e a gestão, pois no líder temos as decisões estratégicas que conduzirão as pessoas a um propósito único. Ele atua como uma bússola, indicando o azimute correto. No corpo técnico encontramos os projetos que estarão alinhados com o planejamento estratégico definido pela liderança em conjunto com toda a equipe. E finalmente na gestão teremos a aplicação e o gerenciamento dos objetivos e metas traçados em todos os níveis hierárquicos. Este perfeito alinhamento, implica inicialmente em transformar gestores em líderes de modo que estes atuem como facilitadores, moderadores e guardiões, das boas práticas oriundas da tomada de decisões assertivas. Como não é possível e nem salutar transformar todos os gestores e técnicos em líderes, já que a organização também depende deles, é preciso mantê-los motivados mediante no mínimo a possibilidade concreta de crescimento horizontal atrelado a desafios constantes. Isto dará ao trabalho um propósito, o qual despertará nas pessoas a motivação necessária para buscar e atingir objetivos, metas comuns e sustentáveis. Esta mudança de conceito transformando equilibradamente gestor em líder facilitará a condução da empresa a um nível onde ela seja socialmente responsável, ambientalmente correta e economicamente justa.

A Comunicação Corporativa

É o processo pelo qual as pessoas trocam informações, transmitem e interpretam seu significado. Em uma comunicação eficaz a informação deve fluir da fonte emissora para a receptora corretamente, de modo que ao final da mensagem haja uma resposta adequada ao estímulo recebido, ou seja, comunicação não é que você fala, mas o que o outro entende. Caso existam falhas neste processo, causados pelo diferentes ruídos, como consequência poderá haver desvios de comportamento tais como, falta de compreensão, baixa produtividade e diluição da autoridade, a "rádio peão”, onde o subordinado recebe as informações primeiro que o líder. Portanto, saber se comunicar é um dos mais importantes atributos para qualquer pessoa ou empresa, neste contexto ela deve ser eficaz abrangendo todos os níveis hierárquicos. Onde ela é realizada de forma clara, objetiva e transparente, não há espaço para a fofoca, melindres ou ruídos. Há diversas maneiras de o líder estabelecer um canal de comunicação com sua equipe, conversa, cartaz, mural, telefone, e-mail, rádio, jornal, informativo, faixa. Não importa o meio com o qual ele se comunica, o mais importante é evitar que determinadas formas de comunicação criem uma barreira entre o líder e sua equipe. No mundo moderno tem se destacado a comunicação virtual, que universalizou e acelerou o acesso as informações, uma verdadeira revolução no modo de se comunicar. Porém, ela está tornando os relacionamentos interpessoais frios e distantes. E o que é pior um e-mail gera outra dezena de e-mails, sem necessariamente que o problema seja resolvido após a troca de uma centena deles. É bom lembrar que nada substitui uma boa conversa e uma visita às estações de trabalho. O verdadeiro líder deve exercitar a afetividade circulando em todas as esferas do empreendimento, tratando a todos como iguais independente do nível que ocupam, bem como exercitar a empatia, que trata de ouvir para ser ouvido.

O Modo de Decidir

O verdadeiro líder não decide sobre a pressão de seu superior ou de sua equipe. Quando toma decisões de bate pronto motivado pelo momento ou pela ansiedade de resolver um problema, ele corre o risco de tomar decisões precipitadas e equivocadas. O líder assertivo, diante de uma situação que exija uma resposta rápida, deve ouvir o seu interlocutor, questionar, filtrar, anotar, pensar sobre o problema e suas variáveis, causas e consequências, para então com calma tomar uma decisão sábia, baseada em fatos e não somente em argumentos, equilibrando o emocional e o racional. Nos momentos mais tensos é que se deve ter calma na hora de decidir o que fazer, pois caso contrário corre-se o risco de uma decisão equivocada complicar ainda mais uma situação, trazendo consequências materiais, humanas, ambientais e econômicas, irreparáveis ou no mínimo questionáveis. Em todos os casos, o maior inimigo do líder é o imediatismo em buscar uma solução, procurando demonstrar que se trata de uma pessoa com respostas para tudo, quando no fundo se esquece de que as perguntas é que movem as decisões, pois sem elas não há respostas. Tomar decisões significativas é o maior desafio que um líder pode enfrentar, pois neste caso a sua capacidade de liderar é colocada à prova. Muitas pessoas querem que as decisões sejam tomadas na hora, sem muitas chances de raciocínio ou questionamentos por parte de quem decide, pois isto facilitará a aprovação de algo, cujo interesse é muito mais voltado para uma área específica do que propriamente para a organização como um todo. Isto implica colher assinaturas de contratos, documentos, notas fiscais e promoções no corredor ou bem próximo do término do expediente, quando o líder está deixando a sala para ir embora. Expressões como “assina esta promoção, é um aumento pequeno e merecido”, “se você não assinar o pagamento vai atrasar”, “a nota fiscal vence hoje, falta somente sua assinatura”, “o prestador está esperando o seu parecer”, dentre outras, tornam-se comuns e rotineiras. E o que é mais engraçado, muitos dos documentos já vem inclusive carimbado, faltando justamente a assinatura de misericórdia. Costumo dizer que muitos gestores tentam pegar o superior na curva do rio, ou seja, procuram apoiar seus interesses profissionais e indiretamente pessoais nos pontos cegos da gestão corporativa. O bom líder procura fugir destas armadilhas ou pegadinhas, muitas vezes surgidas sem maldade, pois a maioria pode estar associada a desvios ou ineficiência de processos, apoiados em procedimentos burocráticos e morosos, que acabam exigindo outras artimanhas dos gestores para fazerem os processos fluírem. Alimentar este círculo vicioso, não agrega nada para tornar a gestão eficiente e eficaz, ao contrário estes momentos além de roubar um tempo precioso do líder, pode conduzir a erros ou equívocos, que comprometerão a liderança como um todo.

O Gestor

O gestor tem o poder de direito, pois a empresa dá-lhe este poder, outorgado por meio do cargo. Ele muitas vezes aloca as pessoas certas nos lugares errados, ou seja, é a aptidão a serviço do retrabalho e da desmotivação. Gestores enxergam mão-de-obra, indicadores de desempenho. Gestores dificilmente enxergam as interfaces existentes e o quanto suas decisões, atos ou ações podem interferir no desempenho das demais, faltando-lhes visão estratégica. Mesmo sendo bons técnicos não conseguem ser facilitadores, capacitadores e agentes de mudança. Normalmente suas carreiras crescem ou evoluem apenas na horizontal, assim terão certo prestígio e boa remuneração, mas permanecerão por anos na mesma função e área. Gestores normalmente são fortes operacionalmente, mas deficientes em termos de planejamento. Estão prontos a executar, pois têm o foco totalmente voltado para a produção, o que indica uma visão limitada, já que se especializam em repetir ações. Suas atividades tornam-se rotineiras e seguem a métrica de um processo mecânico. Erros são cometidos e não identificados, consequentemente são incorporados ao ambiente, tornando-se um padrão a ser constantemente seguido. Gestores não gostam ou não desejam mudanças, afinal pensar, planejar, exercitar, criar, contestar, discutir, implantar, melhorar, demanda tempo, trabalho e riscos. A expressão “deixa como está” transmite a ideia de conforto, estabilidade, tranquilidade e comodidade, tudo o que eles desejam. Gestores não demonstram muito interesse em participar de treinamentos e praticar o hábito da leitura, afinal melhor do que a teoria é a prática, que segundo a ótica deles oferece o suficiente em termos de aprendizagem, para no mínimo garantir a manutenção do cargo. Desta forma, são os que correm forte risco de serem substituídos por profissionais mais qualificados e de menor remuneração. Para os gestores receita menos despesa simplesmente é igual a um resultado numérico, quando deveria ser muito mais, algo como uma equipe comprometida e fidelizada. Números deveriam ser apenas consequência da valorização das realizações. Muitas vezes, se houver espaço vazio entre a liderança e o gestor, este atropela os processos, já que a ansiedade e a pressa em agir imediatamente, neutraliza o gasto de energia com o pensar.

O Líder

O líder tem o poder de fato, pois ele o conquista pela credibilidade e capacidade de mobilizar as pessoas em prol de um objetivo comum, pois quem impõe o poder, tem um falso poder. Ele se comporta de forma digna, irrepreensível, sem dissoluções, contendas e ciúmes. Ele está sempre forte para suportar a debilidade dos mais fracos. O líder é proativo, inspira, enxerga o extraordinário e como canaliza suas energias para as pessoas, desenvolve um conjunto de valores que norteiam as ações da organização. Ele consegue identificar a habilidade, o potencial, o talento e a competência de cada um, desenvolvendo uma equipe de alto desempenho. Ele lida com pessoas de maneira sábia e cuidadosa demonstrando a todos, o porquê. São disciplinados, consistentes e práticos. O líder não pergunta o que a empresa pode fazer por ele, mas o que ele pode fazer por ela. Ele segue a ordem natural do sucesso, onde a contribuição precede a recompensa. Ele reforça o comportamento desejado e amplia a possibilidade de repeti-lo continuamente. Não deseja trabalhar com subordinados, pois a ideia de subordinação transmite a sensação de concordância plena com as atitudes, pensamentos e ações de quem detêm o poder de decisão ou de mudança. O verdadeiro líder deseja trabalhar com pessoas, gente como a gente, que se relaciona, expressa, compartilha ideias e experiências. Subordinados estão associados à execução de tarefas comuns, ou seja, a colegas de trabalho. Pessoas estão ligadas a relacionamentos de amizade, que demandam tempo para garantir uma convivência duradoura. Assim, o principal fator que deve nortear a escolha destes profissionais nem sempre é a sua capacidade técnica, mas sim o comportamento, a capacidade de liderar, a dedicação na construção do conteúdo da liderança e a comprovação de seus valores na convivência do dia a dia. Nada impedem que sejam bons técnicos. O líder sempre está pronto às janelas de oportunidades, mesmo em que elas demorem em abrir, pois ele acredita, persevera e aperfeiçoa continuamente seus conhecimentos para que no momento decisivo possa se colocar no lugar de maior potencial. Assim, ele sai do lugar comum, buscando ângulos e perspectivas diferentes para uma mesma situação, mudando a forma de olhar e enquadrar o problema. O verdadeiro líder sabe que necessita do auxílio de outras pessoas para alcançar os objetivos e metas. Quando ocorre esta sinergia temos então como resultado o famoso ganha-ganha. O líder busca de forma contínua manter o equilíbrio entre os recursos físicos, humanos e materiais. Dentro deste conceito, máquinas, equipamentos, estrutura, cliente, mercado, pessoas e valores devem ser tratados de forma integrada, por meio de uma visão sistêmica. Isto somente é possível para líderes capazes de gerar riqueza nos âmbitos social, econômico e causal tornando o ambiente de trabalho pleno e diferenciado. Este balanço evita uma empresa objeto, desnorteada e sensível. Em muitos casos para que o líder consiga tornar uma organização plena nos campos racional e passional, ele necessita desaprender para prender. Isto implica em mudança de conceitos, processos e padrões. Para ter êxito neste complexo e lento processo de transformação ele deve demonstrar a sua equipe que estas mudanças devem partir de cada indivíduo, pois ninguém muda ninguém, ou seja, as pessoas não resistem à mudança, resistem a serem mudadas, porque normalmente preferem ficar em uma zona de conforto. Assim, ele deve considerar a competência e consciência de cada indivíduo, pois a consciência precede a mudança, assim como o ser precede o fazer. O líder precisa entender que os comportamentos não podem ser mudados, se as pessoas envolvidas não estiverem conscientemente convencidas de que isto será benéfico para todos. Quando deseja efetuar mudanças no ambiente de trabalho, ele precisa antes de tudo ouvir a percepção das pessoas envolvidas, pois essa transformação certamente irá repercutir no trabalho delas.

Estilos de Liderança

Todos os três estilos de liderança, autocrático, democrático e liberal são muito bons e garantem a tomada de decisões assertivas, desde que estejam perfeitamente alinhados com situação envolvida. Discernir como atuar na solução dos problemas é uma das características do verdadeiro líder, que neste contexto busca o equilíbrio entre a razão e a emoção, ou seja, entre a empresa e o indivíduo. Ao agir somente pela razão, ele corre o risco de ser totalmente injusto. Entretanto, se for agir por pura emoção poderá não ter o domínio ou o devido respeito da equipe, perdendo desta forma toda a sua autoridade.  Ser líder não é fácil. É um exercício diário de tomada de decisões, que envolve principalmente equilíbrio emocional e autocontrole. Ao tomar uma decisão, ele naturalmente faz uma escolha, renunciando a todas as demais alternativas, gerando um estado de tensão e ansiedade, pois sabe que poderá haver erros e acertos, perdas e ganhos. As decisões mais difíceis são aquelas em tempos de crise, as que envolvem pessoas e as estratégicas, que certamente definirão o futuro do negócio. Um bom líder deve ser carismático, comunicativo, ético, justo, flexível, afetivo, empático, íntegro, centrado, facilitador e negociador. Enfim, adjetivos não faltam para que tenhamos uma liderança capaz de atuar no melhor estilo que a situação exigir.

Tipos de Liderança

Liderança Autocrática
Liderança baseada na imposição onde à palavra final é dada pelo líder, que também conhecido como líder pressão. O como fazer é impositivo, a execução é supervisionada e a cobrança dos resultados é rígida. Independente do grau de pressão ou dificuldade, o líder fala firme e com convicção, sem não entanto usar palavras chulas, de baixo calão que ofendam a equipe. Muito comum, em linhas de produção, momentos de crise ou emergência. Neste tipo de liderança a autoestima, empatia e afetividade são mantidas preservadas. A iniciativa e criatividade são baixas, porém, há comprometimento. Isto decorre do fato dele transmitir segurança por meio de seus conhecimentos técnicos e de liderança, estabelecendo assim que as cobranças sejam absorvidas com naturalidade. À medida que o tempo passa, as decisões assertivas do líder inspiram cada vez mais confiança, promovendo um bom alinhamento em especial nos momentos mais difíceis. Disfunção: o surgimento de líder autoritário, egocêntrico e prepotente, algo comum em quem detém o poder.
 
Liderança Democrática
A tomada de decisão é baseada no consenso ou no que a maioria decidiu e conduz a uma idéia única de pensamentos diferentes. Também conhecido como líder moderador., onde o como fazer é consenso, na execução o líder participa e a cobrança dos resultados é rígida. É um bom estilo para abordar as diferentes situações, até que a melhor delas seja encontrada. Muito comum em áreas como pesquisa, planejamento ou quando se tem muito tempo para executar uma tarefa. É a mais difícil de ser trabalhada, devido ao consenso. Exige habilidade de comunicação e negociação, pois não podemos esquecer que de certa forma há vencidos e vencedores. Neste tipo de liderança a autoestima, empatia e afetividade são altas, assim como a iniciativa e a criatividade. Há comprometimento. Disfunção: o líder convocar muitas reuniões e colocar tudo em votação.
 
Liderança Liberal
O líder oferece as pessoas uma maior liberdade para tomarem decisões e executar suas atividades, sendo também conhecido como líder social, onde o como fazer é livre, na execução o ele é ausente, mas a cobrança dos resultados é rígida. Muito comum, quando a equipe possui conhecimento técnico, maturidade profissional, emocional e muito tempo disponível. Neste tipo de liderança a autoestima é altíssima, a empatia e afetividade são baixas devido a baixa presença física do líder em todo o processo de decisão e execução. A iniciativa e criatividade são muito altas. Há comprometimento. O líder carismático atua muito bem em qualquer um dos estilos. A disfunção é o líder delegar muita autoridade e não cobrar responsabilidade, ao qual chamamos “laissez-faire” (deixar fazer). No processo de delegação é que começa o grande erro do estilo liberal. Neste momento é preciso ter em mente que não se delega responsabilidade, ela continua sendo compartilhada, mas sim o poder de decisão, as atividades e as tarefas.
 
 
 
 

Liderança

A liderança é construída ao longo dos anos por meio de pessoas capacitadas, treinadas, motivadas e felizes, cujas relações têm como base a confiança mútua. Ela pressupõe atingir metas em equipe, de modo assertivo, eficiente e eficaz. Como as pessoas são a parte mais importante do processo, o líder deve investir uma parte substancial de seu tempo no desenvolvimento delas. Neste contexto os recursos humanos apresentam um papel fundamental na liderança. Assim, onde ele funciona adequadamente, serão necessários alguns para que os primeiros valores bem recrutados e treinados atinjam um nível gerencial elevado. A questão é que o programa de aprendizado é lento, pois assim como existem pessoas susceptíveis, há outras resistentes e ainda aquelas que jamais aceitarão as mudanças. No entanto, a maioria delas adere ao processo de mudança tornando o ambiente de trabalho mais humano. A liderança deve ser uma posição institucional e não pessoal, ou seja, ela não pode ser dependente do carisma do líder, ela deve estar arraigada na cultura organizacional, onde os processos são geridos de forma natural, transparente, justa e ética em todos os níveis. Quando ela está centrada no líder, a organização corre o risco de perder ambos. Ninguém nasce líder. Ocorre que naturalmente, algumas pessoas possuem uma maior capacidade para liderar. A Liderança é situacional, pode e deve ser desenvolvida ao longo do tempo, por meio de treinamento e pela própria experiência adquirida no convívio diário. Liderar é interagir com as pessoas, trocar ideias, opiniões, negociar, ceder. É agregar e motivar a equipe, em busca de um objetivo comum. É saber lidar com conflitos e tensões.