O verdadeiro líder não decide sobre a
pressão de seu superior ou de sua equipe. Quando toma decisões de bate pronto
motivado pelo momento ou pela ansiedade de resolver um problema, ele corre o
risco de tomar decisões precipitadas e equivocadas. O líder assertivo, diante
de uma situação que exija uma resposta rápida, deve ouvir o seu interlocutor,
questionar, filtrar, anotar, pensar sobre o problema e suas variáveis, causas e
consequências, para então com calma tomar uma decisão sábia, baseada em fatos e
não somente em argumentos, equilibrando o emocional e o racional. Nos momentos
mais tensos é que se deve ter calma na hora de decidir o que fazer, pois caso
contrário corre-se o risco de uma decisão equivocada complicar ainda mais uma
situação, trazendo consequências materiais, humanas, ambientais e econômicas,
irreparáveis ou no mínimo questionáveis. Em todos os casos, o maior inimigo do
líder é o imediatismo em buscar uma solução, procurando demonstrar que se trata
de uma pessoa com respostas para tudo, quando no fundo se esquece de que as
perguntas é que movem as decisões, pois sem elas não há respostas. Tomar
decisões significativas é o maior desafio que um líder pode enfrentar, pois
neste caso a sua capacidade de liderar é colocada à prova. Muitas pessoas
querem que as decisões sejam tomadas na hora, sem muitas chances de raciocínio
ou questionamentos por parte de quem decide, pois isto facilitará a
aprovação de algo, cujo interesse é muito mais voltado para uma área específica do que propriamente para a organização como um todo. Isto implica
colher assinaturas de contratos, documentos, notas fiscais e promoções no
corredor ou bem próximo do término do expediente, quando o líder está deixando
a sala para ir embora. Expressões como “assina esta promoção, é um aumento
pequeno e merecido”, “se você não assinar o pagamento vai atrasar”, “a nota
fiscal vence hoje, falta somente sua assinatura”, “o prestador está esperando o
seu parecer”, dentre outras, tornam-se comuns e rotineiras. E o que é mais
engraçado, muitos dos documentos já vem inclusive carimbado, faltando
justamente a assinatura de misericórdia. Costumo dizer que muitos
gestores tentam pegar o superior na curva do rio, ou seja, procuram apoiar seus
interesses profissionais e indiretamente pessoais nos pontos cegos da gestão
corporativa. O bom líder procura fugir destas armadilhas ou pegadinhas, muitas
vezes surgidas sem maldade, pois a maioria pode estar associada a desvios ou
ineficiência de processos, apoiados em procedimentos burocráticos e morosos,
que acabam exigindo outras artimanhas dos gestores para fazerem os processos
fluírem. Alimentar este círculo vicioso, não agrega nada para tornar a gestão
eficiente e eficaz, ao contrário estes momentos além de roubar um tempo
precioso do líder, pode conduzir a erros ou equívocos, que comprometerão a
liderança como um todo.
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